O fundador da Log Lab, Antônio Fernando Ribeiro Pereira, frisa que é comum ouvir que “a cultura come a estratégia no café da manhã”, uma frase popularizada por Peter Drucker, reforçando a importância dos valores organizacionais na concretização dos objetivos de uma empresa. No entanto, quando o discurso sobre valores não se traduz em práticas reais, essa cultura acaba se tornando apenas uma ilusão.
A verdadeira força motriz por trás da construção de uma cultura sólida está na liderança — não apenas pela forma como ela comunica os valores, mas principalmente pelo exemplo que dá diariamente. Líderes são, na prática, os maiores responsáveis por transformar princípios abstratos em comportamentos tangíveis.
Como líderes podem ser catalisadores culturais?
Líderes atuam como espelhos vivos dos valores organizacionais. Quando eles incorporam esses valores em suas decisões diárias, interações e até mesmo em pequenas escolhas, criam um ambiente onde a cultura se fortalece naturalmente. Por exemplo, uma empresa que valoriza a transparência precisa que seus líderes compartilhem informações abertamente, mesmo nos momentos mais delicados. Isso constrói confiança e incentiva os colaboradores a também agirem com honestidade e integridade.
Exemplos reais mostram que é possível alinhar valores e ações de forma consistente. Antônio Fernando Ribeiro Pereira explica que em algumas organizações, os princípios não ficam apenas no discurso, mas se refletem em decisões estratégicas concretas, como a escolha por materiais sustentáveis, iniciativas de impacto social ou práticas internas que promovem o bem comum. Essas atitudes revelam um compromisso real com os valores, indo além de palavras bonitas ou campanhas institucionais.
Por que muitos líderes acabam bloqueando a cultura que pregam?
Infelizmente, nem todos os líderes cumprem esse papel com coerência. Muitas vezes, há desconexão entre o que é dito em discursos corporativos e as práticas observadas no dia a dia. Quando um executivo fala sobre inovação, mas reprime ideias diferentes; ou defende a colaboração, mas premia individualismos, está minando a própria cultura que deseja construir. Esse tipo de contradição gera desmotivação, desconfiança e perda de propósito entre os colaboradores.
Um caso emblemático é o de algumas grandes empresas financeiras que, após escândalos éticos, tentaram repensar sua cultura organizacional. Apesar das boas intenções, a mudança foi lenta e pouco efetiva porque os próprios líderes continuavam priorizando metas financeiras à custa de valores como honestidade e respeito ao cliente. Antônio Fernando Ribeiro Pereira destaca que sem mudança real no comportamento da alta direção, nenhuma iniciativa cultural tem sustentação a longo prazo.
Como desenvolver líderes mais alinhados com os valores da empresa?
A formação de líderes conscientes começa com processos de autoconhecimento e feedback contínuo. É fundamental que os gestores entendam como suas ações impactam a cultura e assumam responsabilidade por isso. Programas de desenvolvimento que incluem mentoria, treinamentos comportamentais e avaliações 360° ajudam a identificar lacunas entre discurso e prática, permitindo correções antes que se tornem padrão negativo.
Além disso, Antônio Fernando Ribeiro Pereira informa que é preciso reconhecer e promover aqueles que realmente encarnam os valores da organização. Um líder que pratica o respeito, a humildade e a ética deve ser referência, não exceção. Empresas como a Natura têm investido fortemente nessa direção, criando modelos de liderança baseados em empatia e propósito. Com isso, conseguem manter uma cultura coesa mesmo em momentos de crescimento acelerado e mudanças complexas.
Valores só valem se forem vividos
No fim das contas, valores organizacionais não são apenas palavras em murais ou slides de apresentação. Eles precisam estar presentes nas escolhas, nos comportamentos e nas atitudes dos líderes. Quando a liderança age com coerência, torna-se o maior motor da cultura empresarial, influenciando toda a organização de maneira positiva. Já quando há desconexão entre falar e agir, a cultura definha, mesmo que a estratégia pareça brilhante. Afinal, o exemplo não é apenas uma forma de ensinar, é a única forma de verdadeiramente moldar valores!
Autor: Robert jhons